O
Protestantismo
O protestantismo é inimigo jurado da nossa Santa Religião.
Nega os dogmas mais santos: o Santo Sacrifício da Missa, a Confissão, a
Comunhão, a maior parte dos sacramentos, a existência do purgatório, a
instituição Divina da Igreja, a autoridade do Papa, a legitimidade do culto dos
santos. Neste particular vai até a caluniar aos católicos, dizendo que adoram
os santos, as imagens. Não, mil vezes não! Não adoramos os santos. Adoramos só
a Deus. Quanto aos santos, nós os honramos, pedimos sua proteção junto de Deus.
Honramos as imagens como sendo os retratos dos santos. Que mal haverá nisso?
Não podemos honrar o retrato de um pai, de uma mãe, de um benfeitor, colocá-lo
em nossa sala, no lugar de honra? Se Deus, outrora, proibiu aos judeus que
tivessem imagens, é porque os judeus habitavam no meio de idólatras e estavam
expostos a cair na idolatria. Foi uma medida disciplinar e passageira. Aliás, o
mesmo Deus deu ordem a Moisés que adornasse a arca com imagens de anjos. Se os
protestantes não têm outra coisa que nos exprobrar, calem-se; esta acusação
cobre-os de ridículo.
É inegável a existência do perigo protestante no Brasil.
Não se deve, porém, temer exageradamente o protestantismo
porque ele tem contra si a promessa feita por Cristo à sua Igreja e porque de
sua natureza tende a se desagregar, dividir e multiplicar-se. Todas as
tentativas de união serão sempre uma paródia da verdadeira união de fé. Ademais
o Brasil nasceu, cresceu e vive ainda sob o bafejo santo da Igreja Católica e
não quer ser ingrato às bênçãos celestes, simbolizadas pela constelação bendita
do Cruzeiro do Sul. Não se deve, portanto, exagerar o perigo protestante.
Mas, doutra parte, não deve ser desprezado ou descurado.
A fé, na verdade, foi prometida à Igreja e não às nações;
estas, como os indivíduos, a podem perder; e não padece dúvida que o protestantismo
é um sério perigo que poderá ser grave se não se empregarem os remédios aptos e
convenientes.
Não se devem desprezar os protestantes, porque são nossos
irmãos transviados e cegos. Nem é tática bélica desprezar o inimigo, ainda que
aparente fraquezas.
Se não se deve exagerar nem diminuir o perigo, é preciso
considerá-lo em seu justo limite.
Daí a necessidade de um estudo leal e ponderado sobre as
forças e elementos do protestantismo no Brasil. Quanto maior for o estudo,
tanto melhor será o combate.
Devemos combater os protestantes:
Com grande caridade, muita paciência e ardente zelo pela sua
conversão; com constante e sólida instrução, do povo nas verdades reveladas;
com a prática das virtudes cristãs e com a frequência dos sacramentos;
advertindo os fiéis dos enganos; dando bom exemplo; com o sacrifício e orações
fervorosas para que todos sejam uma só coisa (Jo 17, 22).
O protestantismo foi fundado por Lutero. Quem era Lutero? Um
frade que, depois de passar muitos anos no convento, deixou a vida religiosa,
deixou seu hábito e... casou. Com quem? Com uma freira, chamada Catarina, que
ele mesmo tirou do convento. Lutero viveu e morreu na crápula, na orgia, no
escândalo. Julgai se Deus pode suscitar semelhante apóstolo para reformar a
Igreja ou fundar uma nova religião.
Não discutamos com protestantes, não vamos ao seu culto, nem
por curiosidade. Não leiamos suas bíblias, seus folhetos. É pecado mortal ter
consigo uma bíblia protestante. Tudo isso expõe nossa fé a naufragar.
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